Empréstimos com garantia são as melhores opções em termos de economia de dinheiro com juros. Entre eles, o empréstimo FGTS é a opção mais acessível a qualquer trabalhador, pois oferece juros muito baixos e conta como garantia um dinheiro que já é dele.
No entanto, existe um único e grande risco ao contrair essa modalidade: o risco de demissão. Isso porque as parcelas do empréstimo FGTS são debitadas do fundo, e a demissão abre a possibilidade de saques, como o saque de 40% do fundo.
Mas mesmo que você seja demitido e receba a multa, ainda terá que pagar as parcelas do empréstimo — dessa vez por conta própria. Por isso, hoje vamos te ajudar a lidar com essa situação mostrando as melhores estratégias para manter o equilíbrio financeiro e quitar essa dívida.
O que acontece com a demissão
De acordo com o site do FGTS, em caso de demissão sem justa causa você tem direito a receber a multa de 40% mesmo que opte pelo sistema de Saque-Aniversário. Portanto, receberá esse valor com certeza.
Além disso, você também receberá o seguro-desemprego e outros benefícios trabalhistas que estão previstos em lei.
Por outro lado, a dívida do empréstimo do FGTS seguirá ativa e utilizando o saldo do fundo. Se você recebeu os 40% da multa, uma das opções é utilizar esse valor para quitar o empréstimo contraído.
Caso o valor seja menor do que os 40% da multa, você pode até negociar com o banco a antecipação do pagamento.
Ao fazer isso, o banco geralmente concede um desconto nas parcelas que ainda estão por vencer, como benefício pela antecipação do pagamento. Isso permite quitar o empréstimo por um valor bem menor do que o originalmente contratado.
Dessa forma, você não apenas quita todo o empréstimo e se livra da dívida, como também terá um excelente desconto ao fazer o pagamento. Por isso, caso seja possível, utilize o valor da multa para quitar o empréstimo de maneira integral.
Antecipação de parcelas
Se o valor da sua multa rescisória for menor do que o valor contraído no empréstimo, não se preocupe. Ainda é possível fazer um planejamento financeiro por meio da antecipação de parcelas que irão vencer.
Ao antecipar as parcelas, você não quita o empréstimo todo, mas sim uma parte das parcelas. Por exemplo, se você foi demitido no mês de maio, pode utilizar o valor da sua multa para quitar três parcelas do empréstimo, que vencerão em junho, julho e agosto, consecutivamente.
Fazendo isso, você consegue ter duas vantagens: a primeira delas é adiantar o pagamento dessas contas e liberar seu orçamento enquanto tenta obter um novo emprego ou fonte de renda.
Por outro lado, a antecipação de parcelas também gera um desconto nos juros desses pagamentos feitos antes do prazo. Assim, você consegue economizar um valor, ainda que pequeno, que diminuirá o custo total da dívida.
Você também pode utilizar o dinheiro do seguro-desemprego e antecipar o pagamento de algumas parcelas.
Renegociação de dívidas
Se mesmo após receber a multa você não tiver dinheiro para quitar o empréstimo total ou parcialmente, a melhor opção é renegociar os termos da dívida. Mas, para fazer isso, é preciso ter planejamento.
Em primeiro lugar, saiba o quanto você pode pagar por mês depois que foi demitido. Faça isso estabelecendo um valor-teto para sua parcela. Por exemplo, se você pagava R$100,00 antes da demissão, calcule qual o maior valor abaixo desse que você pode pagar agora.
Feito isso, vá até o banco e explique a situação. Mostre que você não quer ficar inadimplente, mas seja claro e diga quanto você pode pagar agora. Nessas situações, o banco geralmente está aberto a negociar e elaborar um novo acordo de pagamento.
No entanto, tenha certeza de que você pode arcar com as condições do novo contrato sem ficar inadimplente.
Como se proteger
Todas as medidas citadas acima são paliativas, feitas depois que a demissão ocorreu. Mas você também pode se prevenir contra esses imprevistos contando com uma reserva de emergência, um valor que cubra pelo menos três meses das suas despesas mensais.
Ao ter esse valor, você pode tanto antecipar pagamentos de empréstimos quanto manter suas contas tradicionais em dia. Uma reserva de emergência é a maior proteção em casos de demissão ou perda súbita de renda.
Em suma, o empréstimo FGTS é uma modalidade bastante vantajosa para a realização de sonhos, desde que utilizada com cautela. Portanto, o ideal é não contrair empréstimos além do limite que você possa pagar usando a sua renda.